6 passos para um fluxo de trabalho eficiente na tradução

processo de tradução

A tradução profissional é um processo complexo, envolvendo gestão de informação, trabalho de pesquisa, interação com clientes e atenção meticulosa aos detalhes. Planear as tarefas a executar e ter uma sistematização do processo ajuda o(a) tradutor(a) a gerir a dificuldade de um projeto e as expectativas de prazos de entrega. Por isso, sugerimos aqui um fluxo de trabalho para uma tradução eficaz:

1. Preparação A primeira tarefa é a leitura profunda dos textos / documentos originais e a consulta de quaisquer  materiais de apoio que possam ter sido fornecidos pelo cliente. É necessário sinalizar os termos, expressões e passagens mais problemáticos de forma a preparar e planear o trabalho.

2. Pesquisa O passo seguinte é a pesquisa de termos e conceitos para antecipar os possíveis problemas levantados pelo texto original. A Internet é um dos melhores “amigos” do tradutor profissional que tem à sua disposição vários dicionários e glossários online e a possibilidade de recolher rapidamente informações sobre a temática do texto, não esquecendo que devem ser de fontes fiáveis. Além disso,  o tradutor não se deve inibir de solicitar esclarecimentos ao cliente, especialmente no que respeita a traduções de documentos de áreas muito técnicas ou muito especializadas.

3. Primeiro Rascunho Segue-se uma primeira tradução. Na maioria dos casos, o processo envolve o uso de ferramentas CAT (tradução automática), sendo que o(a) tradutor(a) deve ter em conta que o software pode gerar automaticamente erros e imprecisões – principalmente numa fase em que o glossário específico do texto ainda não está completo. A elaboração deste primeiro rascunho e a sua revisão ortográfica e gramatical pode revelar ainda mais questões, que devem ser esclarecidos com uma repetição do passo 2 (pesquisa).

4. Segundo Rascunho e Comparação A este processo segue-se a criação de um segundo rascunho com base na informação recolhida. Este deve ser comparado linha a linha com o documento original, de forma a garantir a integridade, precisão e consistência do formato e conteúdo do texto. A revisão do segundo rascunho deve também ser mais profunda, recorrendo ao uso de todas as possibilidades do software de processamento de texto e das ferramentas CAT, incluindo o glossário específico do texto (que nesta fase estará mais eficaz) e o registo das alterações.

5. Pausa Como diz o ditado, a pressa é má conselheira. Por isso, após a finalização do segundo rascunho, é sempre aconselhável descansar durante algumas horas (se possível, incluindo uma noite de sono). Infelizmente, a urgência dos prazos de entrega pode dificultar (ou até impedir) a concretização desta fase – mas o descanso é essencial para criar distância em relação ao trabalho, refrescar a perspetiva e permitir a descoberta de gralhas, erros e inconsistências “escondidas”.

6. Finalização No final, deve fazer-se uma leitura final do texto sem usar o documento original como referência. Isto permite descobrir erros e gralhas “escondidos” e assegurar a qualidade do conteúdo e a sua coerência – por outras palavras, realizar um texto final reflete de forma fiel o conteúdo original e ao mesmo tempo vale por si só, sem necessidade de referências externas ou esclarecimentos adicionais.  Depois de se fechar o conteúdo, e caso tenha sido solicitado, finaliza-se também a apresentação através de um processo de edição eletrónica (Desktop Publishing) que garanta a mesma qualidade e disposição gráfica do original. A tradução estará então pronta para ser entregue ao cliente!