A INTERPRETAÇÃO EM PORTUGAL: OS PRIMEIROS PASSOS

O Sindicato dos Guias e Intérpretes de Portugal, fundado nos anos trinta, foi a primeira associação profissional de intérpretes existente em Portugal. Os primeiros congressos com interpretação do pós-guerra, maioritariamente congressos médicos, realizavam-se quase exclusivamente em Lisboa ou no Estoril – o Algarve era praticamente inacessível e o Porto não demonstrava abertura à interpretação.

O primeiro congresso com interpretação de que há memória decorreu em Lisboa, em 1956. Era um congresso médico de dois dias, com interpretação simultânea de inglês-francês. As instalações de interpretação simultânea eram fruto de um biscate de eletricistas locais, minúsculas, com um som estridente e com capacetes dos condutores de carros blindados; a documentação deixava muito a desejar.

Mas nos dois congressos seguintes, em 1958, as línguas utilizadas eram quatro – inglês, francês, alemão e português – e as instalações de interpretação simultânea tinham melhorado substancialmente; a receção e distribuição da documentação eram asseguradas por duas hospedeiras.

Nos anos 60 foi fundado em Portugal o Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA), de onde saiu um segundo grupo de intérpretes; a terceira geração de intérpretes profissionais portugueses surgiu nos anos 70.

Até aos anos 70 realizavam-se em Portugal poucas reuniões internacionais com necessidade de interpretação e havia poucos intérpretes nacionais. Só a adesão à Comunidade Europeia em 1986, pedida por Portugal em 1977, iria mudar radicalmente o estado das coisas no domínio da Interpretação e das condições de trabalho dos respetivos profissionais, começando a surgir a oferta de cursos de formação especializada por parte de universidades com nome.

 

 

 

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