Como é o controlo de qualidade numa empresa de tradução (Parte 1)?
Por mais estranho que um processo de controlo de qualidade numa empresa de tradução possa soar aos ouvidos de quem sempre associou este processo aos setores industriais, ele realmente existe e é muito importante.
À semelhança de todos os produtos “físicos” que consumimos, a tradução também passa por um controlo de qualidade que envolve várias fases, procedimentos e ferramentas.
Para a Traductanet, a qualidade sempre foi uma preocupação importante e a forma como a empresa assegura o controlo da qualidade evoluiu ao longo dos anos, refletindo a evolução dos meios organizacionais e tecnológicos que permitem melhorar continuamente este processo.
Se, na década de 1990, o controlo de qualidade consistia essencialmente em submeter todas as traduções a revisores (e nalguns casos a leitores finais após a revisão) que reviam os documentos impressos em papel, hoje em dia, a tecnologia veio ajudar muito neste processo e até permitiu criar novos processos para controlar melhor ainda a qualidade e, sobretudo, poupar tempo. Não significa que o controlo tenha dispensado a revisão e leitura final, tarefas que continuarão sempre a ser levadas a cabo por pessoas diferentes em cada processo.
O desenvolvimento de novas ferramentas de apoio à tradução, conhecidas no nosso meio como “CAT Tools”, não tem contribuído apenas para melhorar o desempenho do tradutor. Essas ferramentas já permitem de facto controlar a qualidade a determinados níveis, por exemplo, assinalando se a terminologia específica de um cliente ou projeto foi cumprida, ou se o trabalho final apresenta omissões, entre outros “erros de qualidade”. Isto acontece não só ao nível do conteúdo, como também ao nível do formato de um texto traduzido, já que as empresas de tradução são cada vez mais chamadas a entregar aos seus clientes um produto “pronto para consumo final”, seja qual for o suporte em que será publicado pelo cliente. Sabendo que em qualquer processo executado por “humanos”, o cansaço e os lapsos são riscos sempre presentes, as ferramentas e processos automatizados permitem evitar e detetar alguns erros provocados por estes fatores, de forma mais fiável e segura que um tradutor humano, já que para uma máquina, não existe cansaço nem lapso quando ela é bem programada, parametrizada e aplicada.
Este é apenas um dos aspetos do controlo de qualidade que passam normalmente despercebidos para quem não está por dentro da indústria da tradução. Iremos abordar, noutros artigos, outros aspetos também importantes num sistema de controlo da qualidade.