Curto guia para a tradução jurídica

traduções jurídicas

A tradução jurídica destaca-se pela complexidade do seu vocabulário técnico e pela grande sensibilidade do seu conteúdo, que tem um impacto direto na vida das pessoas e empresas. Trata-se de um serviço cuja necessidade pode surgir em todo o tipo de setores, desde a comunicação, tecnologias, turismo até à educação, seguros, finanças e ciências da vida. É um trabalho que exige muita preparação antes de se dar início à tradução propriamente dita.

Para além disto, existem também requisitos legais a cumprir quando é necessário efetuar uma tradução oficial de documentos jurídicos, sejam eles certidões, contratos comerciais, documentos  processuais, etc., ou seja, ao transpor o conteúdo de um documento legal para outra língua é preciso assegurar a certificação/autenticação da tradução com vista à sua validade no país dessa língua.

Tudo isto faz aumentar o grau de responsabilidade, conhecimento e precisão exigidos ao tradutor, obrigado a garantir formalmente uma tradução precisa e fiel ao original, de forma a que a tradução  mantenha a validade legal. Para cumprir este objetivo, o(a) tradutor(a) deve seguir alguns passos essenciais.

1. Conhecimento linguístico e técnico-jurídico atualizados
Para além de experiência comprovada em tradução profissional, incluindo o domínio dos idiomas de origem e de destino, o tradutor jurídico deve ter um conhecimento profundo dos sistemas jurídicos das duas culturas. Deve também procurar obter toda a informação possível sobre as necessidades específicas do cliente e assegurar que conhece bem o tema, de forma a manter a coerência e precisão da terminologia utilizada.

2. Preparação e pré-edição do documento
Neste tipo de projetos é frequente ter que se trabalhar sobre documentos antigos ou em mau estado. Por essa razão, pode ser útil o apoio de paginadores que possam digitalizar o documento original, usando software de reconhecimento de texto e recriando tabelas, formulários e outros conteúdos visuais etc. De seguida, o tradutor deve fazer um trabalho de pré-edição, comparando os originais com os textos digitais convertidos, corrigindo palavras que não foram corretamente reconhecidas e assinalando conteúdos que possam ser impossíveis de decifrar (anotações escritas, assinaturas, etc.).

3. Utilização de tecnologias linguísticas
Ao iniciar a tradução, de forma a obter um resultado preciso e ao mesmo tempo rápido, recomenda-se o uso de ferramentas de tradução. Estas facilitam o processo e permitem poupar tempo e garantir a coerência terminológica, já que recorrem a memórias de tradução, chamando a atenção para a forma como termos técnicos foram traduzidos anteriormente.

4. Revisão linguística, técnica e visual
Para além da sua própria revisão no final do trabalho, é importante que o tradutor peça, sempre que possível, a colaboração de um segundo profissional para rever a tradução inicial, corrigir erros de significado, gramática e ortografia, validar questões técnico-jurídicas e fazer os ajustes finais necessários para garantir a qualidade do texto. De seguida, o texto finalizado deve, sempre que necessário, passar por um processo de DTP (desktop publishing / edição eletrónica), sendo trabalhado por paginadores para resolver problemas de formatação e apresentação visual e, assim, garantir uma maior legibilidade do documento.

5. Certificação/Autenticação
Sempre que necessário, o texto traduzido terá que ser assinado e certificado/autenticado pelo tradutor ou por um notário ou  uma embaixada, consoante as diretrizes de cada país. Desta forma, garante-se a validade jurídica do documento final.