Primeira tradução para português de “As Mil e Uma Noites” a partir dos mais antigos manuscritos árabes existentes

Hugo Maia, tradutor e antropólogo, estudou língua, história e cultura árabes. Preparou a primeira tradução feita em Portugal a partir dos manuscritos árabes mais antigos que deram origem à obra conhecida por “As mil e uma noites”, um texto fundamental da literatura universal. Esta tradução resulta num texto menos embelezado e filtrado pelo imaginário ocidental, mais puro e sobretudo mais fiel.

 

Entre 1704 e 1717, o orientalista francês Antoine Galland publicou em 12 volumes pela primeira vez numa língua europeia «As Mil e Uma Noites». Apesar de Galland ter baseado a primeira parte da sua tradução no manuscrito quase completo mais antigo que se conhece (século XIV), mudou significativamente o texto, alterando de forma drástica várias histórias, fazendo acrescentos a seu gosto, introduzindo histórias que nunca tinham feito parte das versões manuscritas e depurando todas as partes impudicas.

 

«As Mil e Uma noites» são um conjunto de histórias populares recolhidas por autor anónimo que teriam sido alegadamente escritas em persa e posteriormente traduzidas para árabe. Dos manuscritos persas, se existiram realmente, nada sobreviveu, mas dos árabes sobrevivem vários documentos possivelmente copiados de uma mesma versão primordial em árabe que se perdeu também ela.

 

Cada documento tem variações e disparidades (cada copista terá acrescentado ou interpretado mal a seu bel prazer), apesar de haver um corpo comum surpreendentemente semelhante entre as várias versões, sobretudo nas mais antigas.

 

O segundo volume está ainda a ser traduzido por Hugo Maia e deverá ser lançado em finais de 2017, início de 2018.

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