A TRADUÇÃO AUTOMÁTICA TEM QUALIDADE (PARTE 1)?

Muitas pessoas têm a ideia de que a tradução automática (TA) resulta de um processo simples que consistiria apenas em pegar num texto original, submetê-lo a um dos vários softwares de TA disponíveis no mercado e recolher o resultado desse processamento automático.

Na realidade, o processo é um pouco mais complexo e moroso. Aliás, as inúmeras traduções de má qualidade que povoam os websites (sobretudo nas páginas de comércio eletrónico) são um bom exemplo para ilustrar que não basta simplesmente passar um texto no “google translate” para obter uma tradução minimamente aceitável.

Numa empresa de tradução, costuma-se falar em “pós-edição” quando falamos de TA. As ferramentas de TA são apenas um meio auxiliar que permite ao tradutor ganhar tempo. Sendo uma ferramenta auxiliar, permite obter automaticamente um texto “em bruto” que o tradutor terá sempre de verificar, adaptar e aperfeiçoar, de modo a produzir um texto final que corresponda ao original tanto ao nível do conteúdo (terminologia adequada, fiabilidade, etc.), como ao nível da forma (adaptação às convenções linguísticas da língua de destino, por exemplo).

Tal como em qualquer produto, existem muitas ferramentas de TA, umas mais eficientes que outras, em função da tecnologia ou conceito em que se baseiam (tecnologia baseada em regras, em estatísticas ou neural). A qualidade final de uma tradução feita com recurso a ferramentas de TA dependerá, numa primeira fase, da qualidade deste primeiro processamento automático: quanto mais perfeito for o texto “em bruto”, menos trabalho terá o tradutor e mais rápido será quando editar esse texto. E sobrando-lhe mais tempo, poderá concentrar melhor o seu esforço para aprimorar a qualidade do texto final.

Para resumir, a tradução automática nunca dispensará a intervenção de um tradutor porque, por mais desenvolvida e perfeita que as máquinas sejam, necessitarão sempre de um olho e de uma mão humana para garantir a qualidade que cada cliente espera quando adquire um produto.

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