As origens da língua grega: língua e história
A língua grega é uma das línguas mais antigas e fascinantes da história da humanidade. Desde as antigas ruínas da Acrópole até às ruas movimentadas da Atenas contemporânea, o grego evoluiu durante mais de três milénios, deixando uma marca indelével na cultura, na filosofia, na literatura e na ciência do mundo.
Influenciou várias línguas modernas e, ainda hoje, as palavras gregas constituem a raiz de muitos termos que utilizamos em domínios como a medicina, o direito e a filosofia.
Compreender a língua grega e as respetivas origens dá-nos a conhecer uma das mais ricas tradições linguísticas que a humanidade tem. Assim, neste artigo, vamos explorar as raízes do grego, o seu desenvolvimento ao longo da história e o que significa para os tradutores que trabalham com esta língua notável.
A chegada à costa
As origens da língua grega remontam à família das línguas indo-europeias, ao ramo helénico. Os linguistas acreditam que o grego evoluiu a partir de um antepassado comum das línguas indo-europeias por volta de 2000 a.C. Este grupo inclui também as línguas pertencentes à família românica itálica (o latim e os seus descendentes), os dialetos germânicos e os eslavos, entre outros.
No entanto, o grego manteve um desenvolvimento contínuo único, o que o diferencia de muitos dos seus homólogos indo-europeus.
O grego terá chegado às costas do Egeu com a migração de tribos proto-gregas. Por volta de 1400 a.C., surgiu uma forma de grego primitivo conhecido como grego micénico, escrito num silabário chamado Linear B, a forma mais antiga que se conhece desta língua.
Este silabário foi utilizado principalmente para registos administrativos e permite-nos ter uma perspetiva inicial da vida quotidiana e da política da antiga civilização grega.
Grego antigo: a Era Clássica
A Grécia Antiga engloba geralmente a antiguidade grega, bem como parte da pré-história tardia da região (Fim da Idade do Bronze).
É a época em que a maioria das pessoas pensa quando imagina a Grécia Antiga: o Pártenon, as epopeias de Homero e as filosofias de Platão e Aristóteles. É também o período em que o grego antigo floresceu verdadeiramente como língua, dividindo-se em vários dialetos, cada um com o seu próprio estilo local:
O grego ático, falado em Atenas e nos seus arredores, tornou-se a forma mais prestigiada do grego antigo graças ao domínio de Atenas nas artes, na política e na filosofia. Esta é a língua de obras famosas como A República de Platão e as peças de Sófocles.
O grego jónico, falado principalmente ao longo da costa ocidental da Ásia Menor, foi o dialeto de Homero e das suas famosas epopeias a Ilíada e a Odisseia.
O grego dórico era falado no Peloponeso, em Creta e em certas colónias do sul de Itália e da Sicília.
O grego eólico, também conhecido como grego lésbio, é o conjunto de dialetos do grego antigo falado principalmente na Beócia, na Tessália, na ilha egeia de Lesbos e nas colónias gregas de Éolis na Anatólia e ilhas adjacentes. Apresenta muitos arcaísmos em comparação com os outros dialetos do grego antigo, bem como muitas inovações.
Influência no mundo
Embora a língua grega fosse falada e escrita nos limites da Grécia antiga, a sua influência estendeu-se muito para além das fronteiras.
Uma das razões para este facto é a difusão do grego helenístico (ou coiné), uma forma simplificada da língua que se desenvolveu após as conquistas de Alexandre, o Grande, no século IV a.C. O grego coiné tornou-se a língua franca de grande parte do Mediterrâneo Oriental e de partes da Ásia durante o período helenístico, tendo mesmo sido utilizado para escrever o Novo Testamento da Bíblia.
O grego coiné foi fundamental na formação da filosofia, da ciência e da religião ocidentais. Por exemplo, termos como «democracia», «filosofia» e «ética» têm origem na língua grega e as respetivas definições provêm dos trabalhos filosóficos dos estudiosos da Grécia Antiga.
Eis um facto curioso: a palavra «música» vem do grego mousike, que significa «a arte das musas». Tal não se refere apenas à música, mas também à dança, à literatura e à poesia. A ligação entre a música e a poesia na cultura grega antiga era tão forte que ambas eram muitas vezes consideradas indiscerníveis!
Grego moderno
Com certeza, pergunta agora: «Qual é a diferença entre o grego antigo e o grego moderno?».
O grego antigo e o grego moderno são a mesma língua ao longo do tempo, enquanto, por exemplo, o italiano e o latim são considerados línguas diferentes.
Naturalmente, quanto mais antigo é o grego, mais diferente é do grego moderno. Embora o alfabeto não tenha mudado muito desde o período clássico, a gramática e o sistema de acentuação foram simplificados atualmente.
A transição não foi um acontecimento súbito, mas antes uma evolução gradual ao longo de séculos: na era bizantina, por volta do século IV d.C., o grego antigo começara a tornar-se uma forma mais simplificada, conhecida como grego medieval. Com o tempo, as complexidades gramaticais foram reduzidas, o vocabulário mudou e a pronúncia alterou-se.
No século XIX, o grego moderno já tinha assumido a sua forma e, tal como qualquer língua, muda e evolui todos os dias.
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