Tradução médica: uma disciplina capaz de salvar vidas
Tradução médica: uma disciplina capaz de salvar vidas
O que é a tradução médica?
A tradução médica surgiu naturalmente para divulgar o conhecimento médico e ajudar os pacientes e os especialistas que falam uma língua diferente a se entenderem mutuamente no tocante a assuntos relacionados com a saúde. A farmacologia, a tecnologia médica e a indústria dos cuidados de saúde em geral utilizam a tradução médica.
À semelhança do que acontece em diversos domínios do setor da tradução, a tradução medica exige tradutores formados e especializados que atualizem continuamente o seu conhecimento. Porque neste caso estão em causa a saúde e a vida de pessoas, é fundamental que sejam seguidas as melhores práticas.
Continue a ler para saber mais sobre este domínio, os desafios e os casos que demonstram a sua relevância.
Porque é necessária?
Este tipo de tradução inclui os registos médicos dos pacientes e outros documentos, tais como formulários, faturas, políticas de privacidade e autorizações para o tratamento.
Os manuais dos equipamentos médicos também devem ser traduzidos. As instruções para um dado produto podem ser tornadas mais claras para o público-alvo com o apoio de uma empresa de tradução. O utilizador do equipamento, quer se trate de uma empresa que está a introduzir produtos num novo mercado ou um paciente que precisa de compreender as instruções, deve ser capaz de compreender correta e totalmente os componentes do equipamento, como este funciona, como se monta e como deve ser utilizado.
Este é também o caso dos documentos relacionados com ensaios clínicos. Há uma necessidade constante de tradução destes materiais porque existem muitos destes ensaios que têm lugar em cada dia e a nível mundial. Vamos, em seguida, olhar para alguns destes casos.
Cada vez mais importante
A necessidade de traduções médicas aumenta a cada dia que passa. Sabia que o mercado dos serviços de tradução cresceu 40% durante a epidemia de Covid-19 e que em 2020 a procura das traduções relacionadas com os cuidados de saúde cresceu 49% devido à necessidade de divulgar a informação sobre a doença?
Além disso, em Agosto de 2020, o instituto de investigação CSA Research efetuou um inquérito global aos tradutores independentes: 65% dos inquiridos acreditavam que a Covid-19 tinha mudado o mercado temporariamente, 25% pensavam que o tinha mudado permanentemente e 10% eram da opinião que não o tinha alterado. O inquérito mostrou também que os setores dos cuidados de saúde, dos serviços médicos e farmacêutico são aqueles em que a procura para traduções está a crescer mais, como se pode comprovar no gráfico abaixo.
Quais os desafios que coloca?
São muitas as questões que enfrentam os linguistas quando traduzem literatura médica. Devido à complexidade da terminologia, este tipo de material exige uma equivalência lexical específica, terminologia, legibilidade e qualidade da preparação linguística.
Para traduzir o material, os tradutores médicos devem ter conhecimentos em diversos domínios, nomeadamente outras disciplinas com o direito e a administração. As traduções médicas devem ser 100% corretas e não podem ser vagas ou ambíguas.
O maior dos desafios: a terminologia
Ser bilingue não é suficiente para ser tradutor, e ainda menos para traduzir em contexto médico - o pessoal médico e de enfermagem bilingue não pode desempenhar esta função corretamente porque normalmente têm dificuldade em encontrar palavras compreensíveis nas línguas de destino. É fundamental ter a capacidade de pesquisar e aplicar corretamente a terminologia específica.
Se o tradutor não é um especialista na área, pode interpretar os textos incorretamente, o que leva a traduções inexatas. Um erro simples na interpretação de uma palavra relacionada com a dose de um certo medicamento, por exemplo, pode ter sérias consequências para o doente.
O caso de Willie Ramirez
Vejamos o caso de Willie Ramirez, um jogador de futebol de 18 anos, do Sul da Flórida.
Em 1980, Ramirez foi levado para o hospital em estado de coma. Helen Eby, uma intérprete médica certificada de Oregon, declarou que a família usou a palavra intoxicado para caracterizar a situação, porque pensavam que Ramirez teria comido algo que teria provocado os sintomas.
Em espanhol, intoxicado significa que a pessoa ingeriu algo, que seja comida, drogas ou qualquer produto, que pode causar doença. No entanto, em inglês intoxicated, o adjetivo escolhido pela «intérprete» para traduzir a descrição da família, sugere fortemente um diagnóstico de «overdose» de drogas.
Apesar de a mãe, Concha, ter alegadamente especificado que Ramirez não tinha consumido nem drogas nem álcool, o falso cognato continuou a causar problemas.
Pode também argumentar-se que a questão linguística foi exacerbada pelas diferenças culturais, já que o médico não teve em consideração o facto de, em algumas culturas, as pessoas nunca discordarem de um médico ou outra figura de autoridade. O médico deveria ter tido uma conversa mais aprofundada com a família para compreender que Willie se opunha firmemente às drogas e que nunca teria por sua iniciativa tomado uma overdose.
Dois dias mais tarde, a equipa médica percebeu que Ramirez tinha um derrame cerebral, mas nessa altura já tinha sofrido lesões permanentes, tendo ficado paraplégico.
Nem o medico nem a família solicitaram a presença de um intérprete médico profissional porque ambas as partes acreditavam estar a comunicar adequadamente. Se tivesse sido chamado um especialista para ajudar, talvez o desfecho tivesse sido diferente.
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